6 de abr. de 2013

ARMSTRONG E A COMPAIXÃO




Já apresentamos aqui no blog as palestras da Fundação TED (Tecnologia, Entretenimento, Design), uma entidade privada sem fins lucrativos dos Estados Unidos, destinada à disseminação de boas ideias - em cujo site encontra-se cerca de uma centena de conferências sobre espiritualidades. Uma palestra especialmente importante foi essa feita por Karen Armstrong, uma ex-freira inglesa que se tornou premiada historiadora das religiões e aí defende um entendimento básico entre as religiões da Terra. Segundo Karen Armstrong, as pessoas querem ser religiosas e devíamos agir para fazer da religião uma força de harmonia. Ela pede à comunidade TED para ajudá-la a criar a Carta pela Compaixão, com o objetivo de restaurar a Regra Dourada como doutrina central das religiões:

"O projeto defende que o princípio da compaixão é o cerne de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, nos conclamando sempre a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados. A compaixão nos impele a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos destronarmos do centro do nosso mundo e, no lugar, colocar os outros, e de honrarmos a santidade inviolável de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem exceção, com absoluta justiça, eqüidade e respeito.

É necessário também, tanto na vida pública como na vida privada, nos abstermos, de forma consistente e empática, de infligir dor. Agir ou falar de maneira violenta devido a maldade, chauvinismo ou interesse próprio a fim de depauperar, explorar ou negar direitos básicos a alguém e incitar o ódio ao difamar os outros - mesmo os nossos inimigos - é uma negação da nossa humanidade em comum. Reconhecemos que falhamos na tentativa de viver de forma compassiva e que alguns de nós até mesmo aumentaram a soma da miséria humana em nome da religião.

Portanto, conclamamos todos os homens e mulheres ~ a restaurar a compaixão ao centro da moralidade e da religião ~ a retornar ao antigo princípio de que é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo ~ garantir que os jovens recebam informações exatas e respeitosas a respeito de outras tradições, religiões e culturas ~ incentivar uma apreciação positiva da diversidade religiosa e cultural ~ cultivar uma empatia bem-informada pelo sofrimento de todos os seres humanos - mesmo daqueles considerados inimigos.

É urgente que façamos da compaixão uma força clara, luminosa e dinâmica no nosso mundo polarizado. Com raízes em uma determinação de princípios de transcender o egoísmo, a compaixão pode quebrar barreiras políticas, dogmáticas, ideológicas e religiosas. Nascida da nossa profunda interdependência, a compaixão é essencial para os relacionamentos humanos e para uma humanidade realizada. É o caminho para a iluminação e é indispensável para a criação de uma economia justa e de uma comunidade global pacífica".

Veja aqui como anda o projeto da
Carta da Compaixão: você pode até assiná-la!

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