3 de jun. de 2013

ARTE PROFANA VIROU DEVOÇÃO

O Jornal do Commercio do Recife neste domingo trouxe a matéria "Quando a arte profana virou fé e festa em Pernambuco", de Beatriz Braga, que trata da escultura da Lavadeira, de Ronaldo Câmara. A imagem, criada como escultura sensual em uma praia pernambucana, fez o caminho inverso do comum dos objetos sagrados e agora virou tese em História da Arte e Curadoria na Universidad del Museo Social Argentino. Muitos santos e festas de padroeiro, por exemplo, acabam se degradando a efemérides profanas e objetos folclóricos, enquanto a Lavadeira de Ronaldo virou motivo de fé popular e evento efusivo da nossa religiosidade de matriz afro: a Festa da Lavadeira. Leia a seguir um pouco da história:
 
“Ela fez o que nem eu fiz”, reflete Ronaldo Câmara – arquiteto e cartunista do JC – referindo-se à mulher de pernas abertas, que torce a roupa suja ao mesmo tempo em que leva a trouxa ao chão. A moça, sob a alcunha da Lavadeira, “lavou (e lava) a alma” de muita gente, diz ele. A sensação de impotência diante da grandiosidade da escultura que ele próprio construiu vem da eterna surpresa de ver, todos os anos, milhares de pessoas fazendo oferendas e saudando sua cria no evento pernambucano que leva o nome da obra. Durante 25 anos a festa da Lavadeira aconteceu na Praia do Paiva, litoral Sul. Em 2012, mudou-se para o Marco Zero, no Recife, e, este ano, precisou achar novo endereço, passando a tomar conta do Bairro de São José. Uma escultura de concreto, criada pelas mãos de um jovem artista plástico, na década de 1980, virou objeto sagrado, como um improviso dos orixás para dar proteção a quem por isso procurava. A história da Lavadeira, de tão particular, tornou-se objeto de tese da pesquisadora Vanda Hertcert.

O que atraiu Vanda, natural de Caxias do Sul e radicada na Argentina, foi conhecer, através de amigos, uma obra que fez o caminho inverso. Uma escultura feita para ser contemplada ganha uma nova realidade ao interagir com a sociedade. “O inusitado acontece quando esse objeto de arte perde sua aura profana e ganha uma sagrada, outorgada pela religiosidade popular, tornando-se um objeto de devoção e inspirando a realização da festa”, conta a pesquisadora...

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