28 de ago. de 2013

CONGRESSO SOBRE O FUTURO DAS RELIGIÕES




No vídeo acima, gravado no Espaço Cultura e Fé da PUC Minas para o Programa Religare, apresentado por Flávio Senra, o professor Gilbraz Aragão, coordenador do Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, que acolhe o Congresso da ANPTECRE nos próximos dias, fala sobre o evento e comenta a presença da religiosidade na cultura brasileira e a importância dos estudos da religião no país - cujo povo oscila entre o diálogo sincrético e o fundamentalismo sectário, quando o assunto é crença e fé.

O fenômeno religioso tem grande importância na sociedade brasileira, desde que as crenças ameríndias, o catolicismo lusitano e as religiões africanas aqui se encontraram para formar um conjunto de vivências espirituais; que se tornou ainda mais complexo nos últimos tempos, quando outras denominações cristãs, religiões orientais, islamismo e judaísmo implantaram-se entre nós, diversificando o nosso panorama religioso e conferindo-lhe grande vitalidade.

Esse cenário religioso está se transformando: diante dos dados do último Censo, ficamos intrigados com o crescimento dos “sem religião” e, ao mesmo tempo, do espiritismo; com o vigor e as combinações dos pentecostalismos cristãos, além das crises e renovações do catolicismo; com o ressurgimento das vivências de transe e com o aparecimento de uma espiritualidade que se move em redes sociais e caminhadas turísticas.

Mas, para onde vão as religiões no Brasil? Esse será o eixo em torno do qual se reunirá, de 4 a 6 de setembro, na UNICAP, o IV Congresso Nacional da Associação de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião. Ele foi organizado através de três grandes Conferências e, sobretudo, em Mesas de Debate articuladas pelos Programas da área e Sessões Temáticas propostas pelos seus pesquisadores e selecionadas pelo Comitê Científico da ANPTECRE.

Cada pessoa vai organizar a sua religiosidade em um cenário múltiplo, com menos doutrinas e mais experiências emotivas? Cada religião vai reforçar sua ortodoxia e lutar por espaço político, defendendo moralismos e sob influência de potências culturais? As religiões e espiritualidades vão disputar o mercado cultural na televisão e na internet, apelando para mensagens apocalípticas? Todas as religiões vão convergir para uma espiritualidade ecológica e de nova consciência global?

São tendências das religiões que se confrontam nesse grande laboratório de ensaio do futuro da religiosidade, que é o Brasil. Em tempos de modernidade globalizada, com grandes possibilidades tecnológicas e enormes dificuldades de relações entre grupos humanos e destes com a natureza, as pessoas tendem a ficar mais egoístas, no sentido de ouvir mais a própria intuição. Paradoxalmente, isso leva à busca por uma espiritualidade maior e uma melhor compreensão do significado da vida, o que pode inclusive redefinir e ampliar os nossos limites éticos.

Será, então, que vamos assistir à ascensão de uma “divindade verde” planetária e de uma “nova consciência” espiritual? Ou, ao invés, as crises culturais e econômicas que atravessam o planeta, levarão também no Brasil a uma politização de ortodoxias moralistas e sob pressão de potências mundiais? Todos são convidados para discutir essas questões no Congresso da ANPTECRE. As portas da UNICAP estarão abertas aos interessados no tema e a programação completa está disponível no site: http://www.unicap.br/anptecre.

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